El recurso del engaño en el teatro neoclásico español
- Álvarez Franco, María Magdalena
- José Roso Díaz Director/a
Universidad de defensa: Universidad de Extremadura
Fecha de defensa: 28 de junio de 2013
- Miguel Ángel Pérez Priego Presidente
- Piedad Bolaños Donoso Secretario/a
- Antonio Salvador Plans Vocal
- Augusto Guarino Vocal
- Antonio Rey Hazas Vocal
Tipo: Tesis
Resumen
O engano, tanto na tragédia como na comédia neoclássica, é um recurso que se destaca na composição dessas criações. Tem uma presença desigual em ambas, posto que existem composições em que a obra não é concebida sem esse recurso, enquanto noutras a sua aparição é meramente anedótica. O facto de a sua utilização ser desigual resulta em obras também desiguais; assim, encontramo-nos com peças construídas de acordo com a mesura, nas quais o engano é importante, mas não imprescindível, obras sustentadas por este, e outras em que o abuso deste recurso dá azo a composições confusas. Mas, tanto na tragédia como na comédia, a maioria das obras apoiam-se nele, já que afeta a ação, diz respeito aos temas escolhidos e desenha as personagens, dotando-as de caraterísticas que não possuiriam se na sua criação não existisse engano. Em última análise, observamos que tanto enganam a mulher como o homem, o nobre, o artesão, o rico e o pobre, o pai e o filho. Tanto se engana na cidade como no campo, nas tertúlias e nas casas particulares, nos castelos, nas masmorras ou no campo de batalha. Mente-se por amor ou por ódio, para continuar uma dinastia ou para a substituir. Para se libertar do tirano ou para conseguir livrar-se de umas aulas de canto. O engano, presente, como dissemos, na grande maioria das obras do nosso corpus, visa sempre um fim determinado. Os dramaturgos neoclássicos não fizeram mais que mostrar perante o público do momento uma realidade histórica e presente que utilizaram como meio para educar, mostrando nos palcos as consequências da mentira; para tanto, o recurso do engano, versátil e com grandes possibilidades, foi uma ajuda inestimável. O seu uso dinâmico afetou de forma notória aspetos tão variados como a elaboração da ação, o tratamento dos temas e a caraterização das personagens, levando a que um número representativo de obras se criassem com base no engano ou em torno a ele, proporcionando deste modo ao leitor e ao público do momento uma diversão em que a mentira, a hipocrisia, a duplicidade, a falsidade triunfam tanto na tragédia como na comédia. O engano, portanto, é um recurso que desempenha um papel fundamental na criação, desenvolvimento e conclusão do teatro neoclássico.